sábado, 12 de junho de 2010

48

Era tão bom que um dia
Vindo sereno durasse
Quarenta e oito horas.
Nenhum tempo que faltasse
E nada não se fazia.
Era aproveitar demoras.

Tanto tempo pra dormir
Pra fazer o de dever
E apreciando sorrir.
Tempo pra tudo viver.

E se os dias fossem do dobro do comprimento
Diariamente eu veria o por do sol,
Comporia versos sem pressa de os terminar
Estendido na cama sereno de corpo mole.
Sem que faltasse um só sonho que eu não tento.
Sem que houvesse despertador pra me levantar.

Se cantassem os meus dias tanta duração
Talvez com sono continuasse a acordar.
Talvez os versos fossem exactamente o que são.
Só mais tempo teria para os desperdiçar

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