sábado, 26 de junho de 2010

Em preguiça e por sono
(Porque sou d'alma preso
E dela pouco dono)
De candeeiro aceso,
Faço a cama a quebrar
Só antes de me deitar.

E durmo em rangidos
De sonhos interrompidos
Pelos vincos nos lençóis
A acordar sem sóis.

Toda a noite acordar.

Como sarar uma ferida
Só antes novamente
Cair de mão estendida
Que nem o sangue sente.

É como se esforçar
Só antes de desistir,
A sirene a tinir
Comigo a planear.

Quando em fim me deito
Depois da derrota dia
A cama cheira a leito
Onde hei-de acabar
Entre crosta de sangue
E os sonhos que queria
Se a tempo me levantar.

Abafar de um bangue.

É como acolher uma bala
Antes de ter feito a mala.





PUUM!

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