Chovia.
A noite era tão escura
Nem a lua se podia.
Nem o sol nem a secura.
Nada se ouvia.
Só o silêncio que fazia
A chuva a esventrar os telhados.
Tombados.
Mas surgindo à solidão
De algum lado possível perto
Mas tão distante,
Ecoou o uivo de um cão
Um queixume desesperante
Por não haver ninguém desperto.
Não foi o silêncio quebrado.
O uivo da chuva esmagado
Era um pedaço do seu costado.
Tudo inundado.
E chorando se seguiram
Qual bater de um coração
Que não tardava a esmorecer.
As pessoas não ouviram.
O pesar da escuridão
Não deixava querer viver.
Talvez estivesse preso
Numa perna num arame
E puxasse, puxasse...
Talvez um carro ileso
O passasse, derrame.
E magoasse, magoasse...
Se calhar era o sonhar,
Se calhar só nostalgia.
Cessou o uivar.
Chovia.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
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