terça-feira, 25 de maio de 2010

G

Naquela noite sem lua
Quando apontamos no céu
Nuvens com forma de tudo
(Deitada olhavas tu nua
O fumo branco de véu
Soprado contente mas mudo);
Perdeste-te vendo comigo
No labirinto que sabíamos ser
A porta do meu umbigo.

E juntos nas nuvens nos víamos
Ou só nos dizíamos ver
Remoinho do fumo prever
Aquilo quanto sorríamos.

Vendo céu negro nublado
As aves e subindo voar
O vento a vir sussurrar
Sinais de mim a teu lado.

Mas prever assim o porvir
É bom por saber que presente
Poderá não previsto assim vir.

Ler enevoado o futuro
Sendo ao futuro não crente
É só forma de o partilhar
São luzes brilhando no ar
Faróis de um corpo tão duro.

Duro este chão que dormimos
No momento em que vendo nos vimos.

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