terça-feira, 11 de maio de 2010

Meduterânio

Navega aventura uma nau
Com carga de especiarias
Não pra vender mas pra dar
Mesmo que o mar seja mau
Atlântico correntes frias.

Porque sempre se alcança
Quando é forte o remar.

Mas pra passar Gibraltar
Há-que erguer a bonança.
Deixar os lábios falar
Um o fundo de Espanha
Outro d'Àfrica o cume
E a entrada se ganha,
Só sabendo escutar.

Depois são ondas de lume
De tão belo prazer
Que é para trás e diante
Para nunca o perder.
Vão as ninfas cantando
Em águas rosa diamante
Já a Sardenha roçando
Muito em grego gritando.

E pousamos mercadoria
Em ilha perto da Turquia.

Barquinhos brancos à vela
A levarão calma a descansar
Pelo istmo a atravessar
Dos três impérios capital.

Encontrarão uma caravela,
Passado o colo ao negro mar
Alva, encantadora, circular
E o primeiro que lá chegar
Só ele será o barco içado
Só ele provará o outro lado
Em troca do puro açafrão.
Dois cozinharão em comunhão.

Atracarão em porto costeiro
Qualquer um por aquele mar.
E armando aí o seu estaleiro
Com madeira junto à mãe
Quem há-de vir a navegar
Aí crescerá afecto, tão bem!

Sem comentários:

Enviar um comentário