Sentado em cima da cama
De mapa à parede colado
Apresento as novas do dia.
Pesquiso as coisas da fama
(Há muito as tenho sonhado)
À câmara montada de ar.
De fato meu pai aprumado
(Longo chega ao joelho)
Conto a guerra a estalar,
O homem que morreu de velho.
De voz ainda tão fina
Sonho ver-me a falar
Em mil visores espalhados
Na montra, numa vitrina.
E leio jornais recortados.
Mal chega a hora jantar
Corro a ver televisão
E presto muita atenção
Ao tom e ao gesticular.
E suspiro saltar daqui
E poder dizer que me vi
Tantas caras por todo o país
A falar aqui, ali, alis.
E podem rir-se de mim
Deste grave gaguejar
Por causa das mangas sem fim
Ou do mapa a descolar.
Que eu vou-me rir também
Porque ao partir já falhei
Parti sozinho, nada bem
Mas pelo menos eu tentei
segunda-feira, 19 de julho de 2010
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