E se eu soubesse bem sabido
Que partiria em dois anos
No dia do dia menos comprido
Para o submundo oceanos?
O que faria eu agora
A sonhar o outrora
Se o outrora tem prazo?
Tens seiscentos dias e tal
Pra correr o que der caso
Porque quem por gosto corre
Não cansa, mas com que final?
Chegar a horas, suor escorre?
Até procurar sombras da glória
Sumo sentido, perde o sentido
Porque se apaga a história
Alinhad' universo esquecido.
E ajudar África da fome
Dar a mão aos de mão roubada
Para quê, se não tarda nada
Nem rico nem pobre come.
Se souber o mundo a romper
Vou correr não porque agrade
Vou para as fontes do prazer
Envergonhar o licor de um Sade.
Porque se o mistério não haver
De um tempo a parecer infinito
De que é que vale a pena ser
E querer marcar o mundo a branco
Se basta o tempo de querer franco
Para ser pó de meteorito?
segunda-feira, 26 de abril de 2010
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Tens futuro, rapaz!
ResponderEliminarNão serás o primeiro médico escritor.