segunda-feira, 26 de abril de 2010

2012

E se eu soubesse bem sabido
Que partiria em dois anos
No dia do dia menos comprido
Para o submundo oceanos?

O que faria eu agora
A sonhar o outrora
Se o outrora tem prazo?

Tens seiscentos dias e tal
Pra correr o que der caso
Porque quem por gosto corre
Não cansa, mas com que final?

Chegar a horas, suor escorre?

Até procurar sombras da glória
Sumo sentido, perde o sentido
Porque se apaga a história
Alinhad' universo esquecido.

E ajudar África da fome
Dar a mão aos de mão roubada
Para quê, se não tarda nada
Nem rico nem pobre come.

Se souber o mundo a romper
Vou correr não porque agrade
Vou para as fontes do prazer
Envergonhar o licor de um Sade.

Porque se o mistério não haver
De um tempo a parecer infinito
De que é que vale a pena ser
E querer marcar o mundo a branco
Se basta o tempo de querer franco
Para ser pó de meteorito?

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