segunda-feira, 5 de abril de 2010

VS

Hoje notei que quando olho para trás
E me vejo na relva senado
Ao sol de um piquenique e um cabaz
De onde tiro a toalha que é mesa
À beira do trilho do passado
Vejo sempre alguém a meu lado
A tornar a estrada acesa

As curvas mais felizes do caminho
Foram quando não caminhava sozinho

E quando andava calado
Era feliz mas era igual
Todo o caminho era o tal
Mas não o tenho lembrado

Fora do meu trilho certo
Não vou onde quero mas acompanho
Onde o caminho é fácil e aberto
Na selva, feito de filas indianas
Onde já se ganhou o que ganho
Destravado, sem árvores nem lianas

E os sonhos que eu me vestir
Como mos podem ajudar a perseguir
Se não sabem quem são
E me amansam a volição?

Dos almoços que foram tantos
Ficam fotografias desfeitas nos cantos

De que vale o vivido vazio
Alcançando o porque nasci
Se nós, sem ela nem ti
Chegar à foz que sou rio?
E ter memórias pra dizer
E haver alvos pra correr
Que pude realmente viver

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