quinta-feira, 29 de abril de 2010

205

Todos os dias vou e percorro
Sem ser eu mas rodas andando
A mesma estrada do morro
Que não leva a lugar nenhum.

E nunca nada vem mudando
O autocarro é o mesmo um
O condutor é imune aos anos
Viajando os mesmos fulanos.

E porque tudo é sempre igual
Todos os dias não há final.

Se um dia houver um acidente
Foi do sono que se esqueceu
De não sonhar, passar à frente
E contornar o que se pode viver

Pode o sol retrocedeu
Que não há motivo de o ver.
O sentido é diariamente chegar
Onde amanhã se há-de esperar.

E assim quietos vivendo,
Nunca chegaremos a envelhecer
Porque quem nunca foi vendo
Que vida tem para morrer?

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