terça-feira, 27 de abril de 2010

Fogo no cu

Debaixo da cadeira onde esperava
Pacientemente bom bombeiro
A pressa acendeu um isqueiro
Só pra ver se o fogo pegava.

E eu sincero e nu
Ateou-me o fogo ao cu.

Calor do atraso!
Tanto pra correr
E o rabo raso
De andar a arder
E água nem gole
Pra me abrandar
Pensar? mole!
Só sabia soprar
E de olhos em chama
Como desviar
Quem se atravessa
O sangue derrama
Levava na frente
Quem não afastava
Colado, demente
Aos gritos pimenta
Pupila magenta!

Mas belo de esperançoso!

Por fim se esgota a reacção.
Cheguei demasiado adiantado.
E o que me tinha a fugir agarrado
Não era belo nem não em vão
Era um erro de incêndio veloso.

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