sábado, 10 de abril de 2010

Céu azul

É tão grande o céu azul, estendido. Onde acabará e 
lhe pegam nas pontas, nunca foi dormido? Balões de ar d
e voltas ao mundo sobem contra a cor, estampados no cim
o fundo de quadros. O céu é tão alto. Se caminhamos no
chão como chegamos de um salto? Há fagulhas de nuvens b
rancas, resquícios de quem tentou. Resquícios da chuva
de quem chorou. Como voar ao colo de uma andorinha e ch
egar ao leito delas? A navegar no reflexo do mar em jan
gadas sem velas? A espessura de um infinito, o telhado
de lares e de gritares, gritar o que não foi dito debai
xo da leveza dos mares. Não é a seda do céu o limite. É
possível intocável, o remetente de um convite, impossí
vel abraçável. Nunca limitou, guiou os sonhos pelas tar
des de sesta no berço do colo do sol, o motivo para esc
olher entre subir ou descer um tempo tão mole, tempo de
ferro até que o chão engole e vinte e uma gramas sobem
aladas, são os pigmentos das lágrimas azuladas com o q
ue cobriram aos sonhos a moradia, o destino inalcançáve
l do que um pingo de chuva queria voltando para trás, p
ara onde condensou de um pedaço da piada de viver, pode
r chorar e poder saber. Saber o sal, manto da calma que
é o céu a cobrir os que dormem para sonhar sem haver m
ais acordar, sem final e o sabor doce deste sal



balão
nuvem
nuvem

nuvem




E ainda assim tudo o que choro vivendo é o medo de não to
car no algodão doce do céu

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