Dionísio trazia-me de mão dada
E cambaleando perseguíamos
Risos e cornucópias tropeçando do nada.
E cantando dançando íamos
Lançando flechas fluorescentes
Que lhes passavam lábios rentes.
Então os homens de negro surgiram
Do outro lado da estrada
Dionísio e a emboscada.
Recebeu-os e mirando-me riram.
Eu gritavam "MIRAM-ME", "MIRAM"
Entre os pirilampos a namorar.
E sentei-me num banco a conversar
Com a paragem do autocarro vazia
Porque era noite e leve o ar.
Eles decidiram por fim o plano
Duas gravatas e eu tudo esquecia
Aquele flash vermelho americano.
O resto eu não recordo.
Mas sei de testemunhas fantasma
Que ET pegaram por mim no cabelo
E como viram que não engordo
Usaram-me no comprimido da asma
Para fazer rir a ponta de um novelo.
E puseram-me sentando a caçar
Embriegado de pontaria
São Joões que voavam à frente da lua
E não a deixavam iluminar.
E acordei já na cama do dia
Despido de mim e memória nua.
sábado, 17 de abril de 2010
Ab Sinto
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